Garota Infernal

Publicada em 23/10/2009 às 14:15

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Você, leitor, gosta de jiló? horário eleitoral? E de engarrafamento?
Se a resposta é sim, acredito que Garota Infernal é o filme perfeito para pessoas como você, possuidoras de  gostos exóticos. Mas se você, assim como eu, não gosta de nenhum dos itens acima, dificilmente apreciará esta perda de tempo em forma de produção cinematográfica.

O roteiro assinado por Diablo Cody, escritora, ex-stripper e atendente de tele-sexo, assim como em Juno, novamente possui temática adolescente, trilha sonora descolada e piadinhas sarcásticas, Contudo, as semelhanças com o filme que lhe valeu o Oscar de melhor roteiro original em 2008, param por aí.

Realizado por Karyn Kusama, diretora do também insuportável Aeon Flux (2005), o filme narra a história de duas amigas inseparáveis, Needy, uma caricata  nerd  de óculos fundo de garrafa e Jennifer, interpretada pela musa adolescente Megan Fox, uma líder de torcida extremamente popular entre os alunos da escola. A primeira se vê em apuros quando Jennifer se transforma em uma vampira devoradora de garotos, após participar de um ritual satânico de uma banda de rock Emo. Needy fará de tudo para tentar salvar seu namorado das garras de Jennifer. A partir desse ponto o filme se transforma em uma metáfora sem cérebro sobre as desavenças amorosas entre adolescentes, algo como uma disputa entre o time das feias inteligentes contra o time das bonitas promíscuas. Ao longo do filme esta batalha vai se tornando cada vez mais confusa e desinteressante, principalmente  por conta do roteiro cheio de furos escrito por Diablo Cody.

Acredito que a pior coisa que pode acontecer com um roteiro é quando o público não consegue identificar qual o gênero do filme que está acompanhando. O roteirista pode até subverter o gênero escolhido  ao longo do desenvolvimento da história, mas nunca se deve deixar o expectador perdido em diversos estilos desde o início, além disso, o filme conta com diversas quebras de verossimilhança, não ficando  claro o perfil psicológico de ambas as personagens, já que no início são amigas inseparáveis, em outro momento se odeiam mortalmente e sem a menor coerência acabam tendo uma relação homossexual. Todas estas mudanças de atitudes não estão claras no roteiro, deixando a impressão de que estamos sempre pegando o “bonde andando” na trama de Karyn Kusama.

Talvez o filme tenha sido uma tentativa de conciliar o sucesso de Juno com o grade apelo mercadológico dos filmes de vampiro adolescente que enchem as salas de cinema do mundo inteiro, estilo no qual  Crepúsculo e Lua Nova são seus maiores expoentes. Todavia, o filme acaba se prejudicando exatamente por sua falta de identidade, deixando aquela sensação de filme de terror que não assusta, misturado com comédia que não faz rir. Não acredito que o agradará nem mesmo aos adolescentes de lápis de olhos e franjinha, nem jovens adultos da faixa dos 20 aos 30 anos, maiores fãs de Juno. Bom, posso estar errado, existe gosto para tudo.

Saiba mais sobre o filme Garota Infernal.

Por Jean Garnier

Comentários (2)





IamI comentou: Eu discordo do que vc disse. Essa situação de vc não poder identificar o gênero do filme é o que faz ele ser mais atraente, já que não fica muito enjoativo como romance, nem muito esquisito como terror. Alías a Megan Fox é linda. 16/10/2012 | Responder

Junior comentou: Concordo plenamente com Jean acompanho todas suas críticas e sempre são exelentes, e nessa ele diz tudo sobre o filme assim como eu já havia dito uma vez sem tirar nem por, após ler a crítica percebei que não era apenas eu que possuia esta opnião sobre o filme. Nota
14/03/2012 | Responder